domingo, 26 de dezembro de 2010

Roger Cook "Andy Warhol, Capitalism, Culture, and Camp"

(resumos da Sofia Guedes, relativamente à 2ª parte da apresentação em conjunto com a Joana Estrela)


CAMP

Camp é uma sensibilidade estética próxima do Kitsch, mas, ao contrário deste, significa mais uma atitude em particular.

Inicialmente, Camp era sinónimo de ostentação extrema, sofisticação perversa, exagero, teatralidade e comportamento afeminado.

Mais tarde, conotava artificialidade, frivolidade e excesso chocante.


A cultura Camp como atitude é profundamente irónica e opõe-se aos académicos e à cultura de elite, defendendo a cultura marginalizada e popular.

Além de irónica, é muito humorística, com bases sérias: é uma análise feita por pessoas que fazem piada sobre si mesmos para provarem uma opinião.

Esta face crítica da cultura Camp foi principalmente desenvolvida nos anos 60.

Nos anos 80 e inícios dos anos 90 o Camp era muito popular, tanto pelas novas visões pós-modernas da arte e da cultura como pelo crescimento que esta teve anteriormente nos anos 60 e 70.


Então, sendo uma atitude, Campo pode ser visto como uma espécie de capital social.


A cultura camp, de certo modo, é uma atitude que subverte as formas de capital (económico, social e simbólico), tanto pelo confronto como as normas da sociedade capitalista patriarcal - o modo como contradiz da expectativa de um comportamento masculino, e de forma extrema; a maneira como subverte o valor económico de determinados objectos, conferindo-lhe ou não importância, especialmente no que diz respeito ao mercado da arte da cultura de elite; e criando uma nova ideia de artista, que responde activamente na sociedade em defesa da cultura minoritária, que não possui o mesmo poder da cultura de elite.


CATEGORIZAÇÃO E CENA GAY

A popularização do camp influenciou a cena gay na medida em que surgiu como uma forma de categorização, que, para aqueles que se sentiu dentro dela, era bastante pejorativa. Classificações como camp, queer e gay criam um sentimento ambivalente nas pessoas a q se refere.


Bourdieu vê este assunto como "um dos mais trágicos antónimos da dominação simbólica": a forma de uma minoria sobreviver à categorização é criar ela própria uma categoria de acordo com essa mesma categorização e posteriormente o conjunto de restrições de que precisa para sobreviver à categorização maior.

apesar de o camp ser interpretado como fundamentalmente relativo à cultura gay, e estar ligado ao underground gay desde o fim dos anos 50 e durante os anos 60, foi uma produção cultural importante para a mudança política dentro da cultura, especialmente em relação a quem tinha permissão social e legal para assumir e explorar as suas experiências de prazer pessoais.


Concluindo, apesar de a cultura camp estar ligada ao universo gay e à categorização dos seus elementos, foi algo crucial no desenvolvimento cultural e socio-político dos anos 60, especialmente no que diz respeito à liberdade sexual individual e à luta pela igualdade entre diferentes orientações sexuais.

1 comentário:

  1. por algum motivo idiota o blogger está a pôr o texto desta cor estranha, independentemente do que eu faça.
    desculpem mas resolvem isto facilmente copiando o texto para um editor de texto.

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